Técnicas de pesca à Francesa - Bemposta - Mogadouro

Francesa


Cana Francesa


A muito conhecida técnica da Pesca à Francesa, de nome original "Au Coup", também designada por Roubaisienne, esplendidamente interpretada e desenvolvida por franceses e belgas, continua a ser uma das técnicas mais usadas na pesca desportiva, mantendo a sua essência no que diz respeito a uma maior eficácia quer na dissimulação com montagens muito mais sensíveis quer no significativo controlo que transmite ao pescador da movimentação do peixe no pesqueiro. Esta técnica é sem dúvida a mais indicada para a iniciação à pesca desportiva.

É neste aspecto ainda considerada por muitos pescadores desportivos a verdadeira técnica de pesca para competição, apesar dos sucessos que a Pesca à Inglesa tem vindo a adquirir nos principais países onde se desenvolve tanto a tecnologia dos materiais como o fomento deste desporto competitivo.

Por ser uma técnica com objectivos de pesca a curta distância e com uma maior sensibilidade para peixe pequeno a médio, devem-se utilizar as canas de encaixe, de preferência com 2 kits e também algumas telescópicas, com comprimentos que podem variar entre os 9/10 e os 14,5 metros, com características simultaneamente de resistência e leveza para atenuar o natural cansaço muscular que esta técnica por vezes exige, especialmente em dias ventosos ou sempre que haja muita captura.
 

Relação
qualidade/material

Fibra vidro
(compacta)

Fibra vidro
(oca)

Diversos
compostos

Grafite
(Carbono)

Velocidade

Fraca

Razoável

Boa

Muito boa

Peso

Elevado

Médio

Médio/baixo

Baixo

Resistência a pancadas

Muito Boa

Boa

Razoável

Fraca

Condutora electricidade

Não

Não

Não/Sim

Sim

Preço

Baixo

Médio

Médio

Elevado

 

Nas canas de encaixe e pelo facto de serem utilizadas baixadas e empates mais finos e no sentido de evitar algumas perdas desagradáveis quando os exemplares maiores "picam", será imprescindível a utilização de um elástico (desenho 1) ou mesmo de dois no interior dos últimos elementos dos kits da cana (desenho 2), cuja finalidade consiste em controlar até certo ponto a força do esticão dado pelo peixe quando se sente ferrado.
 

Desenho 1

Elástico interior

Desenho 2

Elástico duplo

 

Relação fio/elástico para a baixada

Linha nº

0,06/0,08

0,10/0,12

0,12/0,14

0,14/0,16

0,16/0,18

Diâmetro
do elástico Ø

0,6 mm

1 mm

1,2 mm

1,4 mm

1,6 mm


As montagens para a Pesca à Francesa terão que ser sempre de acordo com as espécies pretendidas e com as prováveis ou reais condições naturais do local, como os tipos de fundo e corrente existentes.

Assim, e com o conhecimento e a experiência adquiridos, e a título de exemplo, aconselhar-se-ão as seguintes montagens:

 

Desenho 3

Desenho 4

Desenho 5

Desenho 6

Desenho 7

Desenho 8

Desenho 9

Águas calmas e pouca corrente

Águas calmas e pouca corrente

Águas calmas e pouca corrente

Águas calmas e pouca corrente

Águas calmas e pouca corrente

Águas com corrente

Águas com corrente

Bogas, Barbos ou Carpas pequenas

Bogas, Pimpões, etc.

Carpas e Barbos

Percas

Todos os peixes

Barbos

Todos os peixes excepto a Perca

Todas as situações

Peixe desconfiado ou difícil

Todas as situações

Pesca de velocidade

Pesca na descida

Todas as situações

Pesca de velocidade

Montagem 1

Montagem 2

Montagem 3

Montagem 4

Montagem 5

Montagem 6

Montagem 7

Fio 0,12 ou 0,10

Fio 0,10 ou 0,08

Fio 0,14 ou 0,12

Fio 0,12 ou 0,10

Fio 0,12 ou 0,10

Fio 0,14 ou 0,12

Fio 0,14 ou 0,12

Empate 0,10 ou 0,08

Empate 0,08 ou 0,06

Empate 0,12 ou 0,10

Empate 0,10 ou 0,08

Empate 0,10 ou 0,08

Empate 0,12 ou 0,10

Empate 0,12 ou 0,10

 

Relação chumbo/peso
Ch.nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 LG SSG SG AAA AB BB
Peso (gr.) 0,29 0,24 0,19 0,16 0,13 0,11 0,09 0,07 0,05 0,04 0,03 0,02 0,01 3,0 1,6 1,2 0,8 0,6 0,4

 

Tendo sempre em conta a máxima sensibilidade que se pretende na Pesca à Francesa, as bóias terão que ser de reduzidas dimensões na medida do possível, isto é, adequadas a cada situação e conforme a profundidade, a corrente e o vento  existentes. Na maioria dos casos poder-se-ão utilizar bóias entre a 0,5 e a 1,5 gr. para profundidades até cerca de 3 ou 4 m., e entre a 1,5 e as 5 gr. para profundidades maiores e ou águas com correntes.

Bóias para francesa

Nos locais com alguma corrente ou águas agitadas serão mais indicadas as bóias em forma de pêra ou bola oval em virtude de serem mais estáveis no balanço com a corrente do que as outras bóias menos encorpadas e muito mais sacudidas pela força da corrente ou pelas condições adversas provocadas por ventos moderados e inconstantes.
 

Tipo de peixe

Anzol

Fio nº

Peixe pequeno, Góbios, Bordalos, Abletes, etc.

22/26

0,06

Carpas e Barbos pequenos, Bogas, etc.

18/20

0,08 - 0,10

Carpas e Barbos médios, Pimpões, Percas, etc.

12/16

0,12 - 0,14

Peixe grande

12 +

16 +

 

Relação fio/resistência

Fio Ø

0.10

0.12

0.14

0.16

0.18

0.20

Resistência
(kgs.)

< 0,800

1,100

1,500

1,800

2,200

> 2,800

 

Anzol Nº

Asticot

Fouilli

Milho

Minhoca

Pão ou
Batata

Pinky

Trigo

Vers de
 Vase

               

26

               

24

               

22

               

20

               

18

               

16

               

14

               

12

               


Para um melhor apoio a esta técnica de pesca com canas de encaixe (incluindo as telescópicas) será muito conveniente a utilização de um ou múltiplo suporte frontal para prender a cana em diversas situações e um outro suporte tipo rolo à retaguarda para que se possa processar a recolha ou desencaixe dos elementos sem causar danos à cana.

Rolo


Pelo facto de a maioria das canas de encaixe serem fabricadas em fibras altamente condutoras de electricidade e pelo elevado comprimento que podem atingir, torna-se obrigatório que sejam tomadas algumas medidas de precaução quando os pescadores se deslocam com as canas montadas junto a fios de alta tensão ou quando as manejam sob o efeito de uma trovoada.

 

 

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