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Dos vários fontanários públicos, para recolha de água pura, para casa ou para os animais beberem, existem dois tipos: a)- Os poços nas ruas, protegidos por um bocal de cantaria, encontram-se hoje todos tapados, pois com a canalização da água pública, em casa, perderam todo o sentido. Estão identificados dois no largo das Eiras de Baixo, um na rua que dá acesso à encosta da igreja, junto da antiga frauga/forja; outro, junto da casa do sr. Henrique Pinto. b)- Chafarizes ainda existem dois nas “Eiras de Baixo”, o chafariz dos animais e 100 metros mais abaixo, no caminho, outro fontanário, a “Fonte Carvalho”, de recolha de água, com arquitectura idêntica ao anterior. Actualmente podem ser encontrados a “ Fonte das Urzes”, em bom estado de conservação e a funcionar. Existia uma outra fonte, a “Fonte Nova”, com arquitectura semelhante a estas, na rua descendente, que dá acesso ao pelourinho, (reveja foto antiga do pelourinho, ou proposta final de reconstituição), mas que a Junta de Freguesia, da altura, em nome do “progresso “ e calcetamento das ruas, decidiu tapar, perdendo-se as pedras. O mesmo aconteceu à “Fonte da Rodeira”. Hoje, as pessoas já sentem saudades da sua arquitectura. Fora da aldeia, podem ser vistos vários chafarizes nos caminhos que dão acesso aos campos. Citam-se os principais: um no “Marmeleiro” e outro na “Fonte do Cano”. São bicas a correr para um reservatório de cantaria, onde os animais bebem. A “Fonte do Cano” era o principal abastecimento de água da população. Aqui, pela proximidade da aldeia, se dirigiam as pessoas, com a cântara à cabeça, ou com os cântaros em animais, para satisfazer, por uns dias, as suas necessidades de água. É nestes chafarizes que os animais, na ida ou na vinda do trabalho, saciavam a sua sede. O mesmo acontecia nas idas à “Fonte da Urze” pela sua pureza e qualidade. Como abastecimento caseiro deve salientar-se ainda a fonte de Vale de Trigos (hoje utilizada como propriedade privada), assim como o poço de Vale de Trigos, no caminho de cima, que dá acesso à “Fonte do Cano”. Mas para as pessoas que viviam no Castelo, a sua fonte preferida era a fonte de S. Pedro. Aqui, no Verão era preciso colher a água com um copo pequeno e esperar que a poça de água se enchesse. Com a cântara à cabeça, as raparigas, ou às costas dos rapazes, com um saco metido na cabeça a servir de suporte, abasteciam a casa de água. Este ritual foi feito por quase todas as crianças, até ao abastecimento público da água. É de salientar as brincadeiras que se faziam quando se ia à bica da “ Fonte do Cano”, ou à fonte de “Vale das Urzes”. Por vezes, criavam-se filas, à espera de encher as vasilhas, que levava horas, permitindo, assim, realizar jogos tradicionais.
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