Património cultural de Bemposta - Mogadouro - Parque Natural do Douro Internacional
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BEMPOSTA

Património 

 

 Cultural

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INTRODUÇÃO

 

            O frio é de rachar nas longas noites de Inverno. O gelo observava-se nos beirais dos telhados. Acendia-se a lareira com os rachos já secos e cortados. A família unia-se e juntava-se ao redor da lareira ou, muitas vezes, com os vizinhos, fiando a roca ou descansando de mais um dia de trabalho. Reuniam-se para sentirem a solidariedade uns dos outros, ou fazerem a transmissão dos saberes para que a paz e harmonia permanecesse nas suas vidas.

            As preocupações da vida rural, a busca de um sentido para a sua existência e formas de estar e ser foram, ao longo dos tempos, criando crenças, mitos e ritos sobre as melhores explicações para as vivências e suas fraquezas.

            A luta entre sagrado e profano marcava as suas mentes criando símbolos para tudo quanto o homem fazia. As crenças, para o ser humano, são tão fundamentais que, quando não as tem, ficciona-as até tornar real a sua representação: é a indistinção simbólica. Possuir o símbolo é possuir a realidade. Por isso, produz amuletos/talismãs que tornam presente um espírito, uma divindade. Existe sempre uma moral que sanciona cada crença. Nesta perspectiva, o homem tradicional popular não lutava contra o valor da imaginação, ou mesmo da utopia ou fantasia. Isso era destruir o valor do próprio ser humano e das suas relações psico-sociais e a solidariedade própria das suas consciências. 

            Nesta perspectiva, as rezas pelos defuntos e pelos vivos era e é um costume que ainda perdura em muitas famílias transmontanas. Outras vezes, face a alguma promessa não cumprida, sentiam necessidade de pedir a Deus e aos Santos da sua devoção os favores que a vida quotidiana não lhe favorecia. O predomínio da religião era o fundamento da conversa em família. Assim, para melhor transmitir esses ensinamentos, o povo criou diferentes formas literárias de transmissão cultural e religiosa. Eram cantadas pelos mais velhos e os mais novos guardavam respeito pelo seu saber de experiência feito.

A cultura transmontana é fértil em tradições e vivência mítico-religiosas de origem arcaica

Assim, normalmente as conversas começavam com uma viagem ao passado das vivências da aldeia, das suas pessoas e costumes. Eram histórias ou lendas que tinham, em quase todas, um significado moralista, onde entravam as Mouras encantadas que escondem tesouros maravilhosos, ou crença nas bruxas, que o imaginário popular era levado a querer desencantá-las, seguindo rituais próprios. Nestas conversas/ histórias lembravam-se as vidas dos que moram no Além, louvando os que eram fiéis às leis e costumes, e desvendavam as vidas daqueles que violavam a ordem, a moral da comunidade. Mas, como a vida era misteriosa, terrífica, a presença de espíritos povoava a mente das gentes. Só as orações para combater os espíritos do mal seriam a salvação daqueles que pautavam a vida pela ordem e solidariedade. A diversidade de crenças e lendas é do tamanho da imaginação do seu criador. Este agir ético é orientado por ditados populares, crenças, mesinhas, bruxedos, cantilenas, lendas, e superstições, criados pela experiência de vida acumulada, como forma de dar sentido à vida e aos seus problemas. Estas narrações populares põem, muitas vezes, em cena, seres sobre-humanos (as bruxas) que representam desejos imaginários ou acontecimentos históricos reais e projectam os complexos individuais ou sociais.

            Na mente do homem são as vivências dos rituais solsticiais e de Ano Novo, que caracterizam o seu “fazer”. As gentes de Trás-os-Montes encontram aqui o sentido da sua existência. A ritualização do tempo primordial, o tempo da criação, constitui um tempo de festa, de renovação do cosmos envelhecido ou como suspensão dos interditos, da orgia e das emoções exacerbadas. A sua calendarização tem um tempo e um lugar específico, que simboliza a acção das divindades por manifestação hierofânica.

              Bemposta, pela sua grandeza física, cultural e religiosa, sempre conviveu com base nas suas crenças, passadas de geração em geração.

             Até ao predomínio da televisão nos lares, a preservação dos laços familiares e do património cultural e religioso foi um dos objectivos da maior parte das famílias.

            Desta forma, porque os “novos jograis”(novas tecnologias) não têm em consideração o homem e o seu passado, torna-se necessário preservar o nosso património cultural. Recolhê-lo e dá-lo a conhecer às novas gerações, é também um acto pedagógico e cultural.

 

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PRECES E ORAÇÕES

 

Reza ao Entrar para a Missa

 

Deito esta água benta

Por cima dos meus pecados,

Para que na hora da minha morte

Sejam todos perdoados.

 

Ficai-vos aí, pecados meus,

Que esta hora não é vossa,

Nem minha nem que possa,

É da Senhora Virgem Nossa

 

Oração ao meter o pão no forno

 (depois de meter o pão no forno, com a pá benzem a entrada, dizendo):

S. Vicente te acrescente

S. João te faça bom pão.

Em louvor da Virgem Maria

Um Pai-Nosso e uma Ave-Maria. 

OU

Deus te cresça pão no forno,

E a saúde em casa do dono

E a paz no mundo todo.

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FESTA DE FORMATURA

 

Até aos anos 70, era tradição em Bemposta, e noutras aldeias do Nordeste, celebrarem certos acontecimentos relevantes, com a colocação de um prémio à porta do festejado.

            Este era mais um momento de festa para as populações.

Como tirar um curso universitário ou, apenas, o magistério primário era um acontecimento extraordinário, na altura. Para homenagear todos os estudantes que acabavam o seu curso, qualquer que ele fosse, a aldeia realizava uma festa.

A mocidade mobilizava-se nessas alturas e, depois de divulgar o sucedido, tocando a caixa, ou matraca, se era Quaresma, pelas ruas e com a colaboração da família do festejado, promovia um ritual composto pela elevação de uma árvore junto à casa deste, animação musical e paga vinho.

            O pinho era escolhido pelo seu tamanho. Caso não fosse encontrado um suficientemente alto, eram cortados dois, que depois, eram ligados/pregados, pela técnica de cunha.

          Era de seguida descascado e colocado de pé, através de cordas, utilizando, muitas vezes, o alto das casas, donde eram retiradas as telhas para não se partirem, para mais facilmente poderem elevar o “prémio”.

Na sua ponta eram colocados um pano colorido (bandeira) e uma quantia de dinheiro em nota ou um bacalhau.

A família, com a devida antecedência, curava os tremoços no rio, e munia-se, caso não tivesse de sua colheita, de vinho suficiente, para animar os presentes.

Distribuído o paga vinho, os presentes divertiam-se tentando subir ao pinho, que estava muito escorregadio pelo facto de ter sido descascado ou até ensebado. Se alguém conseguisse chegar ao cimo e arrancar o dinheiro, ficava para si. No final, eram dadas vivas ao novo diplomado e desejavam-lhe felicidades.

De seguida, a mocidade agrupava-se e, acompanhado pelo som da concertina, cantava à desgarrada, percorrendo as ruas da aldeia.

Os festejos terminavam na Praça, onde as cantigas davam lugar a animado baile.

O novo diplomado, a família e amigos, mais chegados, juntavam-se em repasto festivo.

Também tinham direito a prémio os filhos da terra que tendo emigrado solteiros, regressavam casados, ou quando regressavam ricos.

 

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HINO DE BEMPOSTA

Esta canção alusiva à aldeia, tem sido o prenúncio do desenvolvimento de Bemposta, a que faltará só o repuxo no seu centro. Foi escrito pelo Professor José Júlio de Castro, e fez parte de um teatro levado a efeito  no ano 1945. Nessa época foram muitas as peças teatrais  realizadas, ainda hoje  lembradas pelos mais idosos.  Nota-se pelo relatos destes, que havia um dinamismo muito grande entre a população. Eram utilizados meios importantes para a época, tanto em cenários, como em vestuários, o que dava um grande brilho às actuações. 

1- Linda Bemposta

Terra como tu não há

Quando chegares a ser vila

Depois quem te falará

 

4- Tu vais ter agua encanada

com marcos e bebedouros

E nos lados da estrada 

Espaçosos lavadouros

7- O i ó ai

 Alegria raparigas

Mostrai as vossas belezas

Cantai as vossas cantigas

2- Tuas ruas e vielas

Serão todas calcetadas

Com passeios todas elas

Casa brancas e alinhadas 

 

5- O i ó ai

 Alegria raparigas

Mostrai as vossas belezas

Cantai as vossas cantigas

8- E até mesmo as criancinhas

dizem que isto assim vai ser

aos velhinhos e velhinhas

ouve a gente assim dizer

3- O i ó ai

 Alegria raparigas

Mostrai as vossas belezas

Cantai vossas cantigas

 

6- E o largo ajardinado

E terá sebe de debuxo

Todo em volta arborizado

No centro um grande repuxo.

9- Bemposta, vais ser um jardim em flor

Bemposta, não percas a esperança

Tem confiança no nosso governador

E nas notas do Ministro das Finanças

 

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ENCOMENDAR AS ALMAS

         

  A “ encomendação das almas”, é a tradição que se mantém até aos nossos dias.

Durante a Quaresma, já noite cerrada, à luz de velas ou lanternas de azeite, grupos de homens encapotados e mulheres com os seus xailes pretos tradicionais, pela cabeça, reuniam-se no adro e em locais específicos da aldeia. Aí entoavam, em coro, com tom dolente e triste, e cheio de angústia, cânticos em memória das benditas almas do Purgatório.

           Este é um dos cânticos da “encomendação ” :

 

À porta das almas santas

Bate Deus a toda a hora.

As almas lhe responderam

Ó meu Deus, que queres agora?

 

Quero que deixeis o mundo

E que venhais para a glória

Em companhia dos anjos

E da Virgem Nossa Senhora.

 

Quem quiser dar esmolas aos pobres,

Não precisa de ter riqueza,

Dai das vossas migalhinhas

Que sobram da vossa mesa.

Quem quiser dar esmola aos pobres,

Reparai bem como a dais.

Dai-a com a mão direita

Por alma dos vossos pais.

 

Santa Teresa de Jesus,

Menina de cinco anos,

Meteu cartas ao correio

Este mundo é de enganos.

 

Santa Teresa de Jesus

Foi ao inferno em vida,

Veio toda admirada

De ver tanta alma penada.

 

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 AS RELAÇÕES SOCIAIS

        

  As relações de amizade ou de conflitos, entre as aldeia era muitas vezes traduzida para cantilenas, que representavam os seus costumes e moralidades.

  Os cognomes dados às aldeia era uma forma de classificar as suas gentes e os seus afazeres. Por isso as aldeias da região do planalto mirandês tinham um nome calão próprio, que em algumas ainda hoje as identifica.

 

EIS UM DOS MAIS

 CONHECIDOS POEMAS

 

Os vermelhos são de Urros,

Lamoso dos pucarinhos,

À Bemposta das tijelas,

Algosinho dos lourinhos.

 

 

Travanca burra branca,

Três botões ao calcanhar,

Cerram portas e postigos

Quando vão para o jantar.

 

Burriqueiros de Atenor,

Tecedores os de Prado-Gatão,

Carreiros de Fonte Aldeia,

Rodeiros de Vila Chã.

Bombeiros os de Santolhão,

Serradores os de Argoselo,

A porreta é da Junqueira,

E o alho da Matela.

Os da Granja são granjeiros,

Também sabem granjear,

Coitadinhos dos de Gregos,

Que os vão abotoar.

 

Tambores são os de Picote,

Bonitos são os de Cércio,

Mulatos os de Miranda,

Remendistas de Genísio.

Alforges de Vilar Seco,

Os de Constantim chocalhos,

Os gagos são de S. Pedro,

Os de Águas Vivas são carvalhos.

Perna gorda de Vale da Madre,

Valentes do Azinhoso,

Cigarristas de Valverde,

Cortadores são de Meirinhos.

 

De Paradela são fuseiros,

Espadachins os de Mogadouro,

Os de Zava  augasileiros,

Basófias os de Figueira.

Carvoeiros de Vilar de Rei,

Serranos de Santiago,

Borrachos os de Brunhosinho,

Os de Sendim pimenteiros.

O Perede dos machados,

Os casqueiros são de Tó,

Os judeus são de Vilarinho,

Queijeiros são os de Bruçó.

 

Os de Lagoaça  salmenteiros,

Os peneireiros são os de Freixo,

Os de Estevais são padeiros,

……

Poiares, Ligares e Urros,

Todos são burros,

Quem quiser o mulher honrada,

Vá a Fornos e Carviçais.

Uva, Mora,

E Fonte Ladrão,

Três lugares eram,

Três lugares são.

Os cardadores são do Campo,

Os cucos são de Algoso,

Gente nobre os de Carção,

Ladrões os de Vimioso.

Guerlintós os de S. Martinho,

Diabos da Castanheira,

Fidalgos de Pena-Roias,

Chasquinhos da Vilariça.

 

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JOGOS TRADICIONAIS

           

      

Os jogos são uma actividade feita para o recreio do espírito, nas horas vagas, deixadas pela labuta nos campos. Os jogos ocupavam um papel importante, entre as nossas gentes, pois era uma maneira de unir as pessoas. Hoje em dia, estes jogos, já não são jogados com tanta frequência, devido a haver outras formas de passar o tempo. Talvez, por isso, hoje, as pessoas se encontrem mais afastadas, menos solidárias e mais fechadas…

            Na maior parte das aldeias, aos Domingos, os mais velhos e alguns mais novos, ainda se vão juntando, nos largos (geralmente junto dos cafés, já quase não há tabernas!), para conviverem, jogando alguns destes jogos.

Os bempostenses ainda hoje teimam em não deixar perder este saudável hábito de conviver pelos jogos tradicionais. Face às motivações e diversidade de ocupação dos tempos livres e de lazer é encantador ver nas tardes de Domingo, sem chuva, formarem-se expontaneamente, ou já pares combinados, grupos da raiola ou do fito. A assistência é interventiva e vai fazendo os seus “ palpites”.

            Estes divertimentos, puro prazer de brincar e passar o tempo, estavam sujeitos a certas regras ou convenções (muitas vezes arrisca-se dinheiro “os jogos de azar ou sorte”, em que o resultado depende da sorte). Neste caso, temos o jogo das cartas, em que a habilidade do jogador e a simbologia utilizada valem muito. Os principais jogos de cartas eram o “chincalhão”, a bisca, a sueca, a bisca dos nove, o burro, o estanderete, etc. Geralmente, estes jogos faziam-se nas tabernas, nas longas noites de Inverno, ou junto de toda a família, à lareira, nos serões.

            Mas as brincadeiras tradicionais também tinham a sua função criativo-artística. As crianças da escola, e não só, dedicavam-se, nos seus tempos livres, a inventar e fabricar formas de mostrar as suas habilidades e manifestações da sua capacidade.

             Assim, criavam instrumentos de diversão individual e colectiva.

            Podem ser  citados alguns mais comuns, tais como, a bilharda, a piorra, o rapa, a zorra, o carro de fazer a baraça do pião, zunidoiro, papagaio, gaitas de canas, bola de trapos…

            Quanto a jogos colectivos, os rapazes e raparigas divertiam-se a jogar, principalmente: a arrinca-cevada, ao eixo, às pontes, ao quente – quente, frio-frio, à bilharda, à roça, ao trinque-trinque, ao dá-me lume, ao pião, ao pino, à cabra-cega, ao chino, ao carola, ao botão, ao vintém, ao esconde-esconde, à tabuinha, às necras, à macaca, à raiola, ao fito, à barra, à luta, dicotim-dicutão, / à mosca, à palma, à berlinda, 31 à cesta, a mosca, etc

 

A Raiola

            O jogo da raiola consiste numa linha recta traçado no solo, do comprimento de 50 a 80 cm, chama-se “raia”, que termina, em cada extremo, por um semicírculo convexo – “ queima”, e de um quadrado ao centro da “raia” . Os jogadores colocam-se a uma distância variável da linha da “raia”, mas nunca inferior a 3 ou 4 metros.

            Pode ser jogado por dois jogadores ou por dois pares/parceiros de dois. Cada interveniente lança uma moeda/vintém contra a “raia”, de forma a colocá-la no quadro ou em cima da “raia”, ou mais próximo da “raia”. Ganha pontos a moeda que ficar dentro do quadro (4 pontos); as que ficam em cima da “raia” ganham 5 pontos. Não havendo moeda na “raia”, ganha 3 pontos, a que ficar mais próximo da “raia”. As moedas que ficarem dentro das “queimas”, perdem os pontos ou a jogada é nula.

            Neste jogo, pode fazer-se outros pontos, desde que os jogadores proponham pontos, 3, 6, …, ao jogo do adversário, e desde que estes aceitem jogar.

            Cada jogo normal compõe-se de 30 tentos/pontos, divididos em 15 “ maus” e 15 “bons”.

            Ganha a primeira equipa, ou jogador individual, que atingir os 30 tentos.

 atiravam ao ar amêndoas ou nozes, que em grande algazarra as procuram apanhar.

 

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O PAGA VINHO DO NOIVO

           

     

  O «paga-vinho do noivo» é uma tradição a ser cumprida pelos rapazes, não naturais de Bemposta, que querem namorar com as raparigas da aldeia.

            Esta é uma forma de a mocidade ser recompensada, indemnizada, por a rapariga poder sair da aldeia. O nubente é que tem que fazer esta paga. Uma vez pago o vinho, à mocidade, já o nubente pode ir visitar a noiva quando quiser.

             Embora a sua estrutura e origem sejam as mesmas do paga-vinho festivo, este paga-vinho tem como particularidade o facto de ser organizado pela mocidade que obriga o noivo, não originário da aldeia, a pagar o vinho à população.

            Recentemente, foi introduzida uma pequena nuance, que consiste em fazer o visado pagar maços de tabaco. A tradição só se encontra cumprida quando os maços de tabaco sobrepostos, perfaçam a altura do noivo.

            Se algum pretendente a namorar uma rapariga da aldeia se recusar, aquele não tem o direito de ver a rapariga e se o apanham, maltratam-no, terminando a disputa por ser lançado a um charco/chafariz da aldeia, (local onde os animais da aldeia se dirigem, diariamente, para beber).

            Se o namoro terminar, e o mesmo ou outro de fora, vier namorar com a mesma rapariga, tem de voltar a pagar o vinho. Muitas raparigas foram a causa de muitos “paga vinho.”

 

O Paga Vinho do Recém-Casado

 

Esta tradição do paga-vinho é também cumprida por todos os rapazes da aldeia, que acabam de casar com raparigas da aldeia, ou de fora

             Geralmente, processa-se oito/quinze dias depois do casamento. Segue as regras do paga-vinho das festas, só que o ponto de reunião é no largo mais próximo da casa do recém-casado. É este que dá o vinho, muitas vezes pão, os tremoços e o tabaco. No fim, dão-se vivas ao novo casal.

            Para os mais novos, os nubentes

 

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