Personalidades de Bemposta - Mogadouro

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BEMPOSTA

 

Personalidades

 

P.e Ramiro dos Anjos Marta

(Missionário)

José Manuel Martins Martins Manso

(Visconde de Vale Pereira)

Cónego José Joaquim Campos

(Professor do Seminário)

Margarida Cordeiro e António Reis

(Cineastas)

D. Manuel Martins Manso

(Bispo da Guarda e Funchal)

Francisco Manuel Martins Manso

(Vigário e Chantre da Sé da Guarda)

Lourenço Marcos Cordeiro

(Juiz e vereador da Câmara, em Mogadouro)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

conego

 

 

 

Cónego José Joaquim Campos

 

O “apóstolo” do meio rural      
 

 Mensageiro de Bragança 2006-08-10 

 Faleceu o Cónego José Joaquim Campos, um padre simples, humilde e discreto; considerado, por muitos, a alma apostólica no meio rural da diocese de Bragança - Miranda.
            Nascido a 29 de Março de 1916 em Bemposta, José Joaquim Campos entrou para o seminário de Bragança em 1930. Matriculou-se na Universidade Gregoriana de Roma, no ano de 1939, para frequentar o curso de teologia, mas, logo no ano seguinte viu-se obrigado a regressar a Portugal, por ter “rebentado” a II Guerra Mundial. Em Julho de 1941, terminando o Curso Teológico no Seminário de Bragança, foi ordenado presbítero em Fátima.
             O Pe José Joaquim Campos leccionou as disciplinas de Português, Sociologia, Arte Sacra, Sagrada Escritura, Hebraico e Patrologia no Seminário. Foi professor no Liceu Nacional de Bragança, leccionou Educação Moral e Cívica na Escola do Magistério Primário de Bragança, Religião e Moral no Colégio do Sagrado Coração de Jesus, onde também foi Capelão e Director Espiritual.
 Mas a obra mais relevante que efectuou foi a assistência à Juventude Agrária Católica Feminina (JACF) em época do seu maior apogeu a nível diocesano. Foi, ainda, assistente de todos os Organismos Femininos da Acção Católica. Nas aldeias do Nordeste Transmontano, ainda hoje se notam os efeitos apostólicos deste homem de Igreja. A maioria dos colaboradores dos sacerdotes nos meios rurais, adquiriram a sua formação humana e religiosa nas fileiras da Acção Católica.
              O Cónego José Joaquim Campos foi, ainda, pároco de Rebordãos tendo promovido uma assinalável reforma da novena de Nossa Senhora da Serra. Abandonou as actividades pastorais em 1989, depois de ter sofrido um acidente rodoviário, que o deixou bastante limitado para continuar a garantir a assistências das comunidades que lhe estavam confiadas.
 Para além de todas as actividades apostólicas, pregação de sermões e orientação de diversos retiros, ainda encontrava tempo para se dedicar à escrita. Escreveu diversos poemas e peças de teatro, que eram levadas à cena por toda a Diocese. Colaborou também com o Mensageiro de Bragança, durante vários anos.
            O Cónego Dino Parra na homilia da celebração referiu o Cónego Campos como “um sacerdote que honrou sempre o Sacerdócio, o Seminário que o ordenou, a Diocese que serviu e a Paróquia que o viu nascer e crescer.”        

 

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margarida

 

 

Margarida Cordeiro

   

 

Margarida Cordeiro, natural de Bemposta, deu a conhecer um pouco mais da realidade  de Trás-os-Montes, através dos filmes  (Trás-os-Montes e Ana), divulgando costumes, tradições e paisagens naturais.

           Casada com o cineasta António Reis, utilizou como intervenientes nos seus filmes, naturais da aldeia, tais como: António - pescador (Escalo) e D. Ana, sua mãe.

 

            ( Médica e Cineasta )

 

Ver: Vida e obra de António Reis

Filme - Trás-os-Montes

de António Reis

e Margarida Cordeiro  

 

Realização António Reis, Margarida Martins Cordeiro

Som, Montagem António Reis, Margarida Martins Cordeiro

Director de Produção Pedro Paulo

Director de Fotografia Acácio de Almeida

Laboratório de Imagem Tobis Portuguesa

Laboratório de Som Valentim de Carvalho

Produção Centro Português de Cinema, subsidiado pelo Instituto Português de Cinema

Interpretação Habitantes de Bragança (Bemposta) e Miranda do Douro Processo 16 mm - cor - 110 min.

Ano de produção - 1976.

 

 Evocação de uma província portuguesa, o Nordeste, onde as raízes históricas seculares se confundem com as do país irmão que o Douro une.

As crianças, as mães, as mulheres, os velhos, a casa, a terra... A vida de cada dia, o imaginário, as tarefas prestes a desaparecer, a agricultura de subsistência...

A erosão, tempo e a distância.

A presença dos ausentes, de todos nós que partiram em direcção a outros horizontes.

Um poema inspirado por Trás-os-Montes, interpretado pelos seus habitantes.

 

UMA SÍNTESE AMBICIOSA

 Em relação a «Trás-os-Montes», e do ponto de vista de realizador, parece-me de sublinhar até que ponto um público comum estará preparado para receber este filme numa exibição normal, visto que ele conduz, quase necessariamente, a um debate sobre o que é cultura popular e um cinema não narrativa.

Outro aspecto, importante, deve-se à qualidade humana e ao amor com que António Reis e Margarida Martins Cordeiro se dedicaram ao levantamento de uma região, sendo, talvez, das primeiras vezes na história do cinema português que um filme estabelece urna síntese dialéctica ambiciosa quanto ao que os sociólogos chamam de escultura popular»... a quantidade de interrogações que o filme põe ao espectador mais avisado.

Por sua vez, isto dá a «Trás-os-Montes», de António Reis e Margarida Martins Cordeiro, uma posição muito forte e muito original na tentativa de encontrar - coisa que se está a passar um pouco por todo o mundo - um cinema aberto, portanto um cinema que questiona as próprias formas de linguagem cinematográfica, e mesmo as noções de cinema de ficção, cinema de comunicação, por exemplo, para as fundir num todo global.

Penso que um trabalho dotado de tais características terá, sempre, dificuldades com o público; por isso, filmes como «Trás-os-Montes» não há muitos por toda a parte e os poucos que existem são, normalmente, escamoteados dos circuitos normais de exibição.

Que «Trás-os-Montes» tenha conseguido passar em Lisboa, mesmo numa sala de estúdio, e mesmo ás sete da tarde é, apesar de tudo, uma vitória que, no entanto, só terá sentido se o público fizer um esforço para acompanhar a obra, que é daquelas que tendem, como todas a grandes do cinema, a criar um novo tipo de espectador.

 Fernando Lopes

 UM FRESCO EVOCATÓRIO

 «Trás-os-Montes» é essencialmente documental, embora corresponda a uma visão muito peculiar dos seus autores.  Pode dizer-se que insere vários níveis duma memória algo desencantada, que penetra no quotidiano, e reconstituição fantástica de certos pormenores da história e tradição.

Trata-se, melhor, duma fresco ao mesmo tempo crítico e evocatório, que apela para a sensibilidade do espectador, ao mesmo tempo que lhe suscita um assumir de consciência.  Salienta-se, principalmente, o grande vigor da imagem, o que ela transmite e sugestiona: as próprias «ausências» têm um indesmentível cariz significante.

Assim, Trás-os-Montes como país despovoado - a desoladora realidade do esvair emigratório, ou como território localizado nos confins - logo, longe da atenção dos governos «centrais»... Mas o filme colhe igualmente e transmite-nos toda a ressonância cultural genuína e de alta dignidade, bem como a força generosa e o carácter indomável dos seus naturais.

 José de Matos-Cruz

 

 Filme -   ANA

 de António Reis

e Margarida Cordeiro

 

Argumento, Realização, Montagem António Reis e Margarida Cordeiro

Textos Rainer M. Rilke, A. Reis e M. Cordeiro

Fotografia Acácio de Almeida e Elso Roque

Som Carlos Pinto, Joaquim Pinto e Pedro Caldas

Produção António Reis e Margarida Cordeiro

Interpretação Ana Maria Martins Guerra, Octávio Lixa Filgueiras, Manuel Ramalho Eanes, Aurora Afonso e Mariana Margarido

Processo 16/35 min - cor - 120 min

 

 

Naqueles dias...

A lenda do leite na casa sombria.  Tempo interior.

Quase silêncio.

Luz.  A natureza como imemorial casa exterior.  Inverno.

O sangue recolhido nas duas mãos, mãe Ana.

 As emoções da infância que nascem de novo, sob outras formas, com outros rostos, outras.

O trabalho intenso para que as transmutações surjam e permaneçam na obra inteira e já independente de nós.

 

 

António Reis e Margarida Cordeiro

 

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vigario

 

 

 

Vigário Francisco Manuel Martins Manso

 

 Bragancanet.pt

Vigário Capitular (e Chantre da Sé) da Guarda

 Nasceu na freguesia de Bemposta, concelho de Mogadouro, em 19.2.1836, falecendo em 1.9.1907. Licenciou-se em Direito pela Faculdade de Coimbra, em 1857.

            Nessa altura era Bispo da Guarda seu tio D. Manuel Martins Manso, que o convidou a fixar-se na Guarda, onde precisava dele. Francisco Manso faz, então, um curso teológico e é ordenado padre, em 1859, na Sé da Guarda, por seu tio. Acompanhou-o, depois, cerca de 20 anos, como secretário pastoral. E, aquando do jubileu de Pio IX, por Provisão de 23.5.1875 e por Pastoral de 1877, o P.e Francisco Manso chegou a actuar como se fosse bispo coadjutor do tio. Foi eleito Vigário capitular em sessão de 8.12.1878. Quando D. Manuel Manso estava convencido de que pouco tempo lhe restava de vida, quis designá-lo para bispo auxiliar. Chegou a iniciar o processo junto da Nunciatura. Mas quando o tio se abriu, sobre isso, para com o sobrinho, este disse-lhe abertamente que não desejava ser bispo. Como Vigário Capitular (e Chantre da Sé), governou o bispado de 1.12.1878, até 12.10.1883, data em que é empossado o novo bispo: D. Tomaz Gomes de Almeida. Tinha nessa altura 47 anos de idade o P.e Francisco Manso. Continuou a usar para com o novo bispo da lealdade de que usara para com o tio. Ficou conhecido pelo seu desprendimento dos bens terrenos e pela sua grande dedicação à fé. Foi Cónego em 1878. Encabeçou o movimento pela não-extinção da Diocese da Guarda, no que foi bem sucedido.  Publicou diversos documentos pastorais em nome de seu tio.

 

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lourenco

 

 

Lourenço Marcos Cordeiro

 

 

 

Manuel Cordeiro (Mogadouro.com)
Foi Juiz em Mogadouro e também pertenceu à vereação da Câmara.
Nasceu em Bemposta, estudou no Colégio das Artes ou Colégio Real das Artes e Humanidades de Coimbra, em 1814, Filosofia e Latim e licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra.  



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