As suas águas límpidas correm, ou em quedas frequentes, murmurando entre as rochas, ou silenciosamente nas zonas planas entre arbustos, amieiros, salgueiros, e freixos, ou passando através de gargantas profundas e agrestes, vão por fim depositar-se no rio Douro, (Rebofa). Às suas águas juntam-se as das ribeiras de Lamoso e a de Peredo de Bemposta. A ribeira de Lamoso, quando o seu caudal transporta bastante água, proporciona uma beleza impressionante quando se
precipita de uma altura de 35 metros, do cimo de uma fraga, conhecida por “Faia d’Água Alta”. A penedia, no meio da sua elevação, apresenta um caminho por onde passam homens e gado, sem risco de se molharem.
O caminho aberto a partir de Lamoso
tornou agora mais facilitada a sua visita.
Logo abaixo da nascente, no lugar de Cabeço da Quinta, existe uma reserva de água permanente, junto à ponte, que liga, por estrada, Bemposta a Lamoso. Esta é consequência da instalação de uma represa, para a retenção de água, que visa acudir aos incêndios, no Verão.
Mas, essa intenção foi ultrapassada pela natureza, pois tornou-se, em pouco tempo, num ecossistema rico de vida. Aí, foram lançadas pela população, carpas e lagostins vermelhos, que se adaptaram, com facilidade, às condições da represa e se multiplicaram. Por serem criadas condições óptimas de alimentação, várias espécies tomaram-na como seu habitat. Dentro dessas são de realçar, as lontras, os mergulhões, várias espécies de patos, garças cinzentas e até aves de rapina.
Estas condições especiais preocupam os amantes da protecção destas espécies, pois a sua concentração neste lugar, com acesso facilitado, junto da estrada, é frequentado por toda gente.
Urge, pois, criar uma protecção eficaz para este lugar, ou funcionará como um chamariz, onde não serão sacrificadas estas espécies.
Nas zonas mais abaixo, podem ser encontradas,
nas águas calmas, cágados, rãs, sanguessugas, alfaiates, lapas e búzios (idênticos aos do mar, em ponto pequeno) e pequenos peixes conhecidos por “rainhas” ou xardas.
É digno de registo, por ser raro, a existência de moinhos ao longo da ribeira. Infelizmente já não existe nenhum em funcionamento, o último foi o da família Flores, que deixou de trabalhar no ano 1987. Ainda se podem ver as ruínas de vários deles, sendo um deles reconstruído. Podem ser citados os moinhos antigos, do Sr. Manuel Maria Cordeiro, do Sr. Francisco Flores, dos “ Andresos” e dos Monteiros.
Igualmente digno de registo é o trajecto, ao longo da ribeira, pela margem direita (Peredo de Bemposta), que vai da “Faia de Água Alta” até à Rebofa, local onde a ribeira contacta (faz foz) com o Douro.
O caminho a partir de Lamoso está, hoje, mais facilitada com a abertura do caminho até à “Faia da Água Alta”. O trajecto a partir da Páscoa está mais facilitado, face às condições do terreno. |